domingo, 20 de novembro de 2011

Irmãos

Google Imagens
Certa vez ouvi uma história sobre um menino, carregando um bebê nas costas.
Alguém lhe disse:
-Carga muito grande para um garoto pequeno.
O menino respondeu:
-Ele não é pesado, ele é meu irmão!


(Desconheço o autor)

domingo, 13 de novembro de 2011

Yoga


Ás 5h45min o despertador tocou. Eu tinha quinze minutos para me arrumar, deixar o quarto, atravessar o jardim e chegar à sala de vidro para a minha primeira aula de yoga.

Pensei nas inúmeras vezes em que tive vontade de fazer isso, mas fui desencorajada pelo horário, pelo clima, pela distância, pela falta de incentivo, mas por sorte eu não tinha muito tempo para “matutar” essas coisas! O importante é que naquele dia eu fui!

A sala de vidro ficava no meio da mata e para onde quer que meus olhos se voltassem eu só podia ver as árvores e o céu. A música ambiente era o vento, o movimento das folhas, os galhos roçando as paredes de vidro, o canto dos pássaros e a nossa respiração, a minha e a do Horizonte* – meu instrutor.

Iniciamos com o Jala Neti (uma técnica de purificação das vias respiratórias, que consiste em lavar as narinas com água morna e sal), fizemos alguns exercícios de Pranayama (técnicas respiratórias) e depois os Asanas (posturas/posições). Embora meu instrutor, com o objetivo de me incentivar, tenha sido muito gentil dizendo que fui bem para uma iniciante, eu senti clara e doloridamente as limitações do meu corpo.

Após cinqüenta minutos de aula, uma doce surpresa: meus ouvidos e minha alma foram agraciados pelo mantra mais lindo que eu já ouvi em toda a minha vida, entoado pelo próprio Horizonte em harmonia com os sons da natureza. Emocionei-me! Aos 35 anos, aquele canto me despertava para a realidade de que meu corpo é um templo sagrado de Deus que precisa ser cuidado urgentemente para honrar tudo de bom e de belo que habita em mim!

Conservando o silêncio – regra do local – seguimos para a sala de meditação onde estavam as outras pessoas. Lá eu descobri o êxtase de meditar em jejum e logo após a prática de yoga! Inesquecível vivência!

Após o desjejum, o silêncio foi quebrado e minhas atividades junto ao Horizonte seguiram, sem coincidências... Passamos a manhã toda retirando as ervas daninhas do jardim, rastelando, recolhendo as folhas, passeando pela horta, colhendo ervas para os chás, conversando sobre Yoga e sobre o significado e a responsabilidade de ser um verdadeiro yogin (praticante avançado).

No dia seguinte, o mesmo ritual aconteceu e com a mesma magia...

Na hora de vir embora, Horizonte me presenteou com uma muda de mirra plantada num vasinho, outra agradável surpresa!

Hoje, o despertador bem-acostumado tocou ás 5h45min, mas o Horizonte estava longe... Levantei-me, enviei raios e raios de luz rosa para ele, agüei a mudinha de mirra e também a sementinha do yoga que ele plantou no meu coração, fazendo a série que ele me ensinou e em seguida meditei, em sintonia com o que ele estava fazendo lá em Nazaré.

Tenho certeza de que tudo o que nós plantamos nos últimos dias irá brotar e florescer!

Com essa experiência concluí que nessa vida há mesmo um tempo certo para tudo, que não é o meu tempo e nem o tempo escolhido por ninguém, é o tempo de Deus. Houve um tempo em que o Yoga foi trazido para dentro de minha casa, eu dormia e acordava em contato com o tema, mas de nada adiantava, pois ele não havia sido trazido para dentro do meu coração e assim é com tudo o que há no mundo!












sábado, 12 de novembro de 2011

Pe. Fábio de Melo

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Amor, que é amor, dura a vida inteira. Se não durou é porque nunca foi amor. O amor resiste à distância, ao silêncio das separações e até às traições. Sem perdão não há amor. Diga-me quem você mais perdoou na vida, e eu então saberei dizer quem você mais amou. O amor é equação onde prevalece a multiplicação do perdão. Você o percebe no momento em que o outro fez tudo errado, e mesmo assim você olha nos olhos dele e diz: "Mesmo fazendo tudo errado, eu não sei viver sem você. Eu não posso ser nem a metade do que sou se você não estiver por perto". O amor nos possibilita enxergar lugares do nosso coração os quais sozinhos jamais poderíamos enxergar. O poeta soube traduzir bem quando disse: "Se eu não te amasse tanto assim, talvez perdesse os sonhos dentro de mim e vivesse na escuridão. Se eu não te amasse tanto assim talvez não visse flores por onde eu vi, dentro do meu coração!" Bonito isso. Enxergar sonhos que antes eu não saberia ver sozinho. Enxergar só porque o outro me emprestou os olhos, socorreu-me em minha cegueira. Eu possuía e não sabia. O outro me apontou, me deu a chave, me entregou a senha. Coisas que Jesus fazia o tempo todo. Apontava jardins secretos em aparentes desertos. Na aridez do coração de Madalena, Jesus encontrou orquídeas preciosas. Fez vê-las e chamou a atenção para a necessidade de cultivá-las. Fico pensando que evangelizar talvez seja isso: descobrir jardins em lugares que consideramos impróprios. Os jardineiros sabem disso. Amam as flores e por isso cuidam de cada detalhe, porque sabem que não há amor fora da experiência do cuidado. A cada dia, o jardineiro perdoa as suas roseiras. Sabe identificar que a ausência de flores não significa a morte absoluta, mas o repouso do preparo. Quem não souber viver o silêncio da preparação não terá o que florir depois... Precisamos aprender isso. Olhar para aquele que nos magoou e descobrir que as roseiras não dão flores fora do tempo nem tampouco fora do cultivo. Se não há flores, talvez seja porque ainda não tenha chegado a hora de florir. Cada roseira tem seu estatuto, suas regras... Se não há flores, talvez seja porque até então ninguém tenha dado a atenção necessária para o cultivo daquela roseira. A vida requer cuidado. Os amores também. Flores e espinhos são belezas que se dão juntas. Não queira uma só. Elas não sabem viver sozinhas... Quem quiser levar a rosa para sua vida, terá de saber que com ela vão inúmeros espinhos. Mas não se preocupe. A beleza da rosa vale o incômodo dos espinhos... ou não.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

UNILUZ

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

TPM

Já trabalhei como secretária em uma multinacional, já fui micro-empresária e tive alguns sócios. Também trabalhei em pequenas empresas e escritórios. Atuei como consultora pessoal e executiva (profissão conhecida hoje como “coach”). Fui artesã, presidente de cooperativa, voluntária em projetos sociais, colunista em jornais e revistas da região e até “Amélia”, nos períodos logo após o nascimento das minhas filhas. E tudo isso sem contar os cursos superiores que eu comecei, mas não concluí.

Quando cuidava integralmente da família e da casa, a única coisa que eu queria como “recompensa” é que minhas meninas não chorassem tanto, tivessem saúde e fossem crianças felizes (aliás, quem pensa que os pais esperam outras coisas de seus filhos está completamente enganado). Do pai delas, esperava somente que trouxesse algo gostoso para o jantar.

No trabalho fora de casa, sempre fui muito competente e responsável, mas o meu bem-estar e o das pessoas que passavam suas horas, seus dias, compartilhando um trecho de suas vidas comigo era o foco principal. Para mim, trabalhar sempre foi muito mais do que desenvolver tarefas para no final do mês receber um salário. Nunca vi sentido em violentar meus princípios para manter emprego, ter status, galgar posições a fim de alcançar sucesso profissional e financeiro.

A possibilidade de viver uma vida cada vez mais simples e mais feliz sempre foi uma aspiração enigmática para mim. Jamais compreendi as pessoas que passam a vida “atropelando” outras e juntando coisas para, um dia, deixar tudo.

Então, enquanto o ambiente estava harmônico e eu ganhava o suficiente para viver bem – de acordo com o meu conceito de viver bem, é claro – eu permanecia feliz naquela profissão. Quando sentia que a minha qualidade de vida estava diminuindo, que o clima estava ficando cinza a ponto d’eu não conseguir me alegrar com as coisas corriqueiras do dia-a-dia, eu “pulava fora” e começava tudo outra vez, num outro lugar... Sempre engatilhando uma atividade na outra, sem férias, sem intervalo, sem pausa para respirar, sem nada! O mesmo aconteceu com a faculdade e com os relacionamentos após a separação...

Acabei me fartando dessa coisa de ser multitarefa ou, no linguajar popular, “pau pra toda obra”; de nunca ter tempo SÓ para mim! Foi então que eu acabei fazendo o que muita gente tem vontade de fazer, mas não faz: parei a roda da loucura! E estou fazendo sabe o que agora? Nada! Isso mesmo: na-da! Estou “vivendo de brisa” – como diz minha mãe. Alguns chamam isso de reforma íntima, outros de período sabático. Eu chamo de TPM mesmo porque pode significar tanto Tempo Para Mim quanto Tempo Para Mudar, ou as duas coisas ao mesmo tempo.

Hoje, passo mais tempo com as minhas filhas, dedico-me a estudar e a pesquisar temas do meu interesse, busco o autoconhecimento, cuido da minha espiritualidade, revejo valores, corto excessos e exercito (ainda mais) o desapego. É desafiador e apaixonante descobrir meu próprio mundo e constatar o quanto eu sou diferente do ideal que nos é oferecido diariamente nas mídias, através da fast form – modelos de vida prontos para apenas absorvermos, sem questionar.

A idéia de viver um ano sabático como o da Liz Gilbert – escritora do livro Comer, Rezar, Amar – ao som do Eddie Vedder passou pela minha cabeça, mas depois de analisar tudo direitinho (principalmente o bolso) concluí que não irei para muito longe (não nesse momento), pois o contato que eu preciso ter com o meu interior, em busca das ferramentas que irão me proporcionar à vida simples e feliz que eu sempre sonhei, não requer longas distâncias e nem belas paisagens fora de mim; mas vou sair do circuito da cidade grande por uns dias para recarregar minhas energias junto á Mãe Natureza.

Não espero que as pessoas concordem comigo. Eu sei o quanto sair da zona de conforto e mudar é difícil. Não conto isso! No entanto, se alguém parar um minutinho, após ler esse texto, para refletir se a forma como está vivendo condiz mesmo com a sua essência, com os seus sonhos e com o plano de vida que lhe foi confiado, o meu compartilhar já terá valido a pena!

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Osho

A VIDA REAL NUNCA MORRE

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A morte é uma grande revelação. Se não houvesse morte não haveria nenhuma religião. É por causa da morte que a religião existe. É por causa da morte que um Buddha nasceu. Todos os Buddhas nascem devido à realização da morte.


Quando você estiver sentado ao lado de uma pessoa em seu leito de morte lamente por você mesmo. Você está no mesmo barco, no mesmo apuro. A morte baterá na sua porta qualquer dia. Esteja pronto. Antes que a morte bata, volte para casa. Você não deve ser apanhado no meio; senão toda essa vida desaparece como um sonho e você fica numa tremenda pobreza, uma pobreza interior.

Vida, vida real, nunca morre. Então quem morre? Você morre. O "Eu" morre, o ego morre. O ego é parte da morte; a vida não é. Assim se você puder ser sem ego, então não existe morte para você. Se você puder abandonar o ego conscientemente, você conquistou a morte. Se você estiver realmente consciente que pode abandoná-lo com um
simples passo. Se você não estiver tão consciente você terá que abandoná-lo gradualmente. Isso depende de você.

Mas uma coisa é certa: o ego tem que ser abandonado. Com o desaparecimento do ego, a morte desaparece. Com o abandono do ego, a morte também é abandonada.

Não lamente pela pessoa que está morrendo, lamente por você mesmo. Deixe que a morte lhe cerque. Sinta o gosto dela. Sinta-se desamparado, impotente. Quem está se sentindo desamparado e quem está se sentindo impotente? O ego, porque você percebe que não pode fazer coisa alguma. Você gostaria de ajudá-la e você não pode.
Você gostaria que ela sobrevivesse, mas nada pode ser feito.

Sinta essa impotência tão profundamente quanto possível e desse desamparo, uma certa consciência, uma devoção e uma meditação surgirão. Use a morte da pessoa; é uma oportunidade. Use tudo como uma oportunidade.

Fique do lado disso. Sente-se silenciosamente e medite. Deixe que a morte deles seja uma indicação para você, para que você não prossiga desperdiçando sua vida. O mesmo vai acontecer com você. 

No Dia de Finados, Elaine Rosário chora seus vivos que estão mortos e seus mortos que estão vivos. Depois, enxuga as lágrimas e segue por saber que não pode desperdiçar a Vida.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Fernando Pessoa


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“Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrar ciclos, fechar portas, terminar capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram. Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outra cidade? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer a si mesmo que não dará nem mais um passo, enquanto não entender as razões que levaram certas coisas que eram tão importantes e sólidas em sua vida, a serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, seus irmãos. Todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará. Não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração, e o desfazer-se de certas lembranças, significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto, às vezes ganhamos, e às vezes perdemos... Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam o seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso estará apenas o envenenando, e nada mais. Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não tem data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal". Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará.
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante encerrar ciclos, não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira.
Deixe de ser quem era, e transforme-se em quem é. Torne-se uma pessoa melhor e assegure-se de que sabe bem quem é antes de conhecer alguém e de esperar que ela veja quem você é. E lembre-se: tudo o que chega, chega sempre por alguma razão”.

Elaine Rosário diz para si mesma que o que passou jamais voltará e vira mais uma página de sua vida por sentir que algo de melhor está chegando, por uma boa razão...